Sonhos de Criança

Quando eu era criança meu mais forte sonho era ser um astronauta. Não me envergonho dele, pois quem nunca o quis? Quem nunca sonhou em um dia poder ver nosso planeta de outros ângulos? Quem nunca quis poder provar realmente se o homem esteve na Lua ou ainda se realmente existe algo ou alguém que já tenha saído da Terra?

Pois penso que muitos já o quiseram. E porquê não conseguiram? Ou porquê não querem mais? Analfabetismo científico. É a única resposta que vem à mente.
Sei que é uma expressão forte e que muitas pessoas que irão ler este humilde texto têm um grau elevado de instrução. Mas sei também que a grande maioria da massa populacional não o tem. E ainda, que mesmo dentre os instruídos muitos não crêem que tais feitos tenham sido alcançados.
Será mesmo que toda a tecnologia que alcançamos hoje não é capaz de nos propiciar uma viagem extraterrestre? Ou ainda uma estação extraterrestre? Certamente se saírmos nas ruas perguntando para as pessoas sobre a credibilidade de termos um ou mais cidadãos do mundo, em órbita numa estação extraterrestre, muitos não darão créditos, pois, para eles o mundo continua sendo só o nosso planeta.
Tudo isso acontece e é verdade. Mas precisamos lembrar o que disse Galileu, “A Terra não é o centro do Universo! ”.
Precisamos lembrar também que, se hoje, podemos ligar nosso aparelho de televisão e assistir a copa do mundo de futebol, ao vivo, do outro lado do planeta, é porque temos uma tecnologia altamente desenvolvida que nos possibilita isso. Poderia citar muitos exemplos, mas cito apenas mais um; bastante conclusivo, pelo menos para mim. Se hoje vocês estão lendo tal ensaio na ‘internet’ é porque existe uma tecnologia muitíssima avançada no ramo das comunicações que nos propicia tal feito.

Mais tarde quis ser Bombeiro. Parecia-me fantástico ser forte e poder salvar pessoas. Como não consegui ser forte, não quis colocar em risco vida nenhuma; Quis também ser piloto de avião, talvez o mais próximo que eu pudesse chegar de ser um astronauta; Quis outras profissões, mas por último, a realidade de ser professor me pareceu bastante promissora. Pois a ciência já me era fantástica e conquistadora e o simples fato de poder falar sobre ela para outras pessoas já me agradava.
Quando um indivíduo está desenvolvendo sua personalidade, os sonhos vão e vem com muita rapidez, sem que possamos sequer memorizá-los para o futuro. Provavelmente eu quis ser outras coisas que não me lembro agora. Mas as mais importantes, pelo menos para minha formação, estão citadas acima.
Não me sinto frustrado por não ter alcançado o sonho de ser astronauta, ou bombeiro, ou ainda piloto de avião. Credito tal fracasso ao fato de não termos uma divulgação científica real e verdadeira.
A grande maioria dos desenvolvimentos científicos e tecnológicos que acontecem na atualidade é divulgada apenas em pequenos centros pensantes, como universidades, congressos e afins.
Ninguém vai até o rádio ou à televisão falar do desenvolvimento de pesquisas na ISS (Estação Espacial Internacional). Mas algumas pessoas, como a rede britânica de tv BBC, vêm a público com um programa simulando como seria uma viagem interplanetária com seres humanos. Em tal viagem, chegam ao absurdo de mostrar que têm uma tecnologia tão desenvolvida que são capazes de aterrisar em um fictício planeta ao lado de onde está, há muitos anos, abandona uma nave/módulo russa, mas não são capazes de prever a pressão na superfície o que ocasiona a explosão de alguns equipamentos. Como se não bastasse, continuam divulgando absurdos, como o fato de nos revelar o suposto cotidiano de dinossauros que viveram em nossa superfície há alguns milhões de anos atrás.
Divulgações deste tipo não precisamos! É preferível então que continuemos a desenvolver nossa cultura escutando/assistindo/lendo notícias sobre renomados ‘cientistas‘ como o cantor Latino, ou o MC Serginho, com seu(sua) amigo(a) Lacraia que provavelmente agradaria mais a Galileu do que as renomadas séries de divulgação científica produzida com intuito comercial e deseducador, como é o caso acima mencionado.

Quem ainda não acredita que o ser humano já vive no espaço, fora do seu planeta natal, poderá, daqui alguns meses perguntar e tocar no renomado Marcos Pontes (http://www.marcospontes.net/abertura.htm), o primeiro astronauta brasileiro. Que se tudo correr bem, em breve estará vivendo uma breve temporada na ISS.

Ele conseguiu o que eu não consegui. Certamente já é meu ídolo e deverá ser de muitos também.